Cristiano Goulart
A Prefeitura de Porto Alegre quer reduzir, até o final deste ano, o número de secretarias existentes, que somam 28 pastas atualmente. O Grupo de Trabalho (GT) responsável pelo estudo que irá verificar a possibilidade de acabar com algumas secretarias é o mesmo que elaborou as medidas para a redução das despesas do Paço Municipal, apresentadas nesta quinta-feira. As reuniões com os líderes do Executivo estão acontecendo quase diariamente. O vice-prefeito diz que o grupo estuda uma forma de reduzir as secretarias e não, simplesmente, incorporar uma na outra; no entanto, alguns fatores ainda precisam ser analisados, ressalta Sebastião Mello:
- Mudança de secretaria depende de outras coisas ativas. Se nós chegarmos à conclusão de que precisamos diminuir, faremos um projeto e mandaremos à Câmara de Vereadores. Essas questões todas, como a possível redução de máquina, elas têm que acontecer esse ano. Se nós chegarmos nessa conclusão, encaminharemos o projeto ao Legislativo para fazer as mudanças e entraremos o Ano Novo com uma nova formatação - destaca.
O líder da oposição na Câmara diz que as medidas são insuficientes para resolver os problemas estruturais da Prefeitura. O vereador Engenheiro Comasseto (PT) diz que os cortes são resultantes de uma má gestão:
- A Prefeitura está no vermelho por uma má gestão. Primeiro, porque ela não tem um projeto de cidade. Segundo, foi aumentado, e muito, o número de secretarias e debrou o número de CCs em relação aos existentes em 2005. Isso é uma cortina de fumaça. As medidas precisam ser muito mais radicais do que essas - critica o vereador.
O GT, criado há 30 dias, é formado pelas secretarias de Planejamento Estratégico, Fazenda, Gestão e Governança Local. Não há prazo para a apresentação da conclusão do estudo que analisa a redução do número de secretarias em Porto Alegre. Nesta quinta-feira, a Prefeitura anunciou a subtração de R$ 314,6 milhões com despesas do município até final do próximo ano. Para economizar o montante, o Paço irá reduzir a frota de veículos locados, linhas de celulares, despesas com viagens, diárias, passagens aéreas, horas extras e eliminar 95 cargos em comissão - 10% do total. Os cortes de CCs serão proporcionais às indicações de cada partido político.