Marcela Panke
O Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados do Rio Grande do Sul defende a investigação de possíveis abusos na utilização dos planos de saúde e odontológico na Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa). Reportagem da Zero Hora de hoje (28) revela que auditoria do Tribunal de Contas do Estado aponta deficiência no sistema de controle dos gastos da Companhia. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, a presidente do sindicato, Vera Guasso, reforçou que a indicação de dependentes pelos servidores da Companhia foi acertada em acordo coletivo e que as distorções partiram de cargos em confiança. De acordo com Vera Guasso, o sindicato indentificou o caso de um funcionário em cargo de confiança que tem gastos de R$ 60 mil relacionados a dependentes.
- Todas as denúncias são relacionados a CCs, nunca se viu um cargo de carreira envolvido nisso. A Procempa tem um quadro técnico louvável. Mas desde 2000, especialmente em 2003, temos visto uma farra na Companhia. O número de CCs passou de dez para 40, depois para 64 e agora são 39. O gasto com CCs é de quase R$ 4 milhões ao ano só, isso é um descalabro!
Vera Guasso explicou ainda a ação judicial movida pelo Sindicato e que suspendeu o recadastramento dos dependentes dos funcionários da Procempa, medida adotada pela Companhia para fazer o controle dos gastos com planos odontológicos. Segundo a presidente da entidade, o objetivo da ação foi somente o de garantir o direito previsto em acordo coletivo.
Entenda o caso
Reportagem de Zero Hora em 24 de maio denunciou possíveis irregularidades que levaram a um rombo financeiro no uso do plano odontológico da Procempa, em 2011. Naquele ano, houve aumento na lista de dependentes e o gasto com procedimentos dentários especiais praticamente dobrou (saltou de R$ 657 mil, em 2010, para R$ 1,4 milhão em 2011). O presidente da Procempa, André Kulczynski, explicou que quando detectou a alteração, determinou a suspensão do pagamento e o recadastramento de todos os dependentes. O sindicato dos trabalhadores acionou a justiça contra a medida. Decisão liminar obrigou a empresa a suspender o processo.
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