Cristiano Goulart
O proprietário do Hospital Petrópolis de Porto Alegre e a esposa são suspeitos de desviar, segundo a Polícia Federal (PF), meio milhão de reais para investir no ramo de imóveis. Por ser a instituição réu em Execução Fiscal, os saques realizados pela dupla configuram crime. Na manhã desta quarta-feira (17), a PF cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em ação de combate a fraudes praticado pelo Hospital Petrópolis de Porto Alegre.
Além da instituição, foram alvos uma clínica oftalmológica e duas residências, uma na Capital em outra no Litoral Norte do Estado. De acordo com o delegado Aldronei Rodrigues, da Delegacia de Crimes Financeiros da PF, o hospital realizava um procedimento e cobrava outro, mais caro, do Governo Federal:
"Ele usava as rígidas e cobrava do SUS lentes flexíveis. Além de cobrar um procedimênto e cobrar outros tantos. Às vezes, o cara [paciente] ia fazer um procedimento numa vista e, dali um tempo, ele gerava outro procedimento fictício, fraudulento, e cobrava do SUS também", esclarece.
A instituição foi descredenciada do Sistema Único de Saúde em 2010. A dívida do Hospital Petrópolis com a Fazenda Nacional supera R$ 20 milhões. A investigação da PF começou em 2010. Na tarde desta quinta-feira (18), o proprietário da instituição e a esposa irão depor à polícia. Ambos devem ser indiciados por estelionato, fraude à Execução Fiscal e lavagem de dinheiro.
Em junho, o Hospital Petrópolis foi interditado por realizar cirurgias estéticas clandestinamente.