Babiana Mugnol
O Censo da Indústria Vinícola do Rio Grande do Sul, realizado com 346 empresas, traçou um panorama dos principais desafios da cadeia. O que mais chama atenção neste estudo, realizado entre setembro de 2013 e maio deste ano, é a carência de mão de obra qualificada. O enólogo Mosar Tonet se encaixa no perfil da maioria dos produtores, segundo o levantamento. Tem uma vinícola histórica e familiar na Serra Gaúcha. Conta com 12 hectares de parreirais plantados, no interior de Caxias do Sul, na chamada linha 40. Juntamente com três funcionários fixos, cuida do cultivo das uvas e elaboração do vinho até a comercialização das garrafas. Em época de safra, precisa contratar temporários, mas reclama da falta de mão de obra qualificada e a alta rotatividade. Para driblar o problema, recorre a permuta de trabalho com vizinhos.
Outra curiosidade deste Censo é que metade dos entrevistados do setor vinícola não busca financiamentos, a maioria alegando ser desnecessário. Tonet, que já fez financiamentos no passado, diz que desistiu do incentivo, por falta de segurança no valor final a pagar. Fabiano Larentis, um dos coordenadores da pesquisa encomendada pelo Ibravin e realizada pela Universidade de Caxias do Sul, revela outro dado que aponta que esta visão de não buscar financiamento pode mudar, já que 60% das empresas ouvidas pretende ampliar a produção de suco de uva integral e espumantes.
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