O salão do cabeleireiro Nei Oliveira era muito frequentado por jogadores. Um deles, Flávio Minuano, sugeriu a realização de uma partida festiva para ajudar crianças carentes. A primeira edição ocorreu em Bom Princípio e nos anos seguintes virou tradição.
“Sou apaixonado pela classe de jogadores. São seres humanos que no momento que descobrem que o negocio é a transparência, a doação é total. Eu tive a felicidade, por intermédio do meu salão, de ter contato com eles. Aí eu e o Flávio (Minuano), fundamos o Trianon. Ele estava no Corinthians ainda”, começou a contar.
Organizador e fundador do evento que durou mais de 40 anos no futebol gaúcho, Nei conta, com orgulho, que todo dinheiro arrecadado era doado. O cabeleireiro enfatizou que o respeito e a credibilidade foram os principais ingredientes para o sucesso e também citou alguns nomes que participaram ao longo dos anos.
“Eu nunca fui bater na porta de um jogador para convidar ele. Ele vinha espontaneamente. No momento que havia interesse eu ia em qualquer lugar buscar. O Carpegiani trouxe o Zico, por sinal hoje eu vejo o Zico fazendo um jogo. A primeira vez que ele colocou chuteira nas férias foi no Trianon. Tem o Ricardo Oliveira, o Dunga, o Deco, o Manga, Falcão, Carpegiani. Eu fiz um meio campo com Falcão, Carpegiani, Zico e Iúra”, relembrou.