André Fiedler
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, o ministro da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Eliseu Padilha, disse que a construção do novo aeroporto na região Metropolitana da Porto Alegre não inviabiliza o aeroporto de Vila Oliva, porque, segundo ele, os projetos são diferentes. Apesar disso, Padilha diz que o Ministério prevê apenas o transporte de passageiros para o terminal da Serra.
"O movimento de cargas é o que determina a construção do aeroporto. Hoje, pela previsão que se tem de cargas passíveis de transporte aéreo no Rio Grande do Sul, um aeroporto com pista de quatro mil metros a uma distância de menos de 100 quilômetros (novo aeroporto na região Metropolitana de Porto Alegre) já atenderia também o transporte de cargas da chamada serra italiana, na região liderada por Caxias do Sul. Num primeiro momento, o aeroporto de Vila Oliva não está projetado pelo Ministério como aeroporto de cargas", diz o ministro.
A declaração do ministro vai contra o que sempre foi defendido pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul. Conforme o diretor de Infraestrutura da entidade, Nelson Sbabo, o transporte de cargas no terminal da Serra é viável, mesmo que o aeroporto 20 de Setembro seja construído. Ele argumenta, inclusive, que há 4 invetidores internacionais interessados no terminal.
Sbabo disse ainda que antes da mudança no ministério as tratativas eram de que o novo aeroporto da Serra seria também destinado a cargas. Ele acredita, porém, que, com a troca de ministro, há uma pressão de lideranças de Porto Alegre, como a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), para que as cargas se concentrem na Região Metropolitana para viabilizar o novo aeroporto.
"Como houve uma troca de ministros, e uma mudança de enfoque naquilo que era prioridade do governo federal na equipe anterior, vamos ter que retomar o assunto colocando uma ênfase maior e números para mostrar e provar a necessidade que nós temos de um aeroporto internacional de cargas e passageiros", defende.
Sobre o Salgado Filho, o ministro disse que a ideia do governo é passá-lo a concessão privada, que também ficará responsável pela construção do novo terminal em Nova Santa Rita e Portão. Padilha acredita que esse aeroporto possa ser concluído pela iniciativa privada num período entre três e cinco anos.