Eduardo Matos
Com as galerias lotadas, foi apresentado na noite desta segunda-feira (14) o projeto de revitalização da orla do Guaíba na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O arquiteto Jaime Lerner, responsável pelo trabalho, disse que a proposta tem como um dos principais pilares a preservação da vista do Guaíba. Lembrou que o projeto foi elaborado ao longo de dois anos. A fase apresentada prevê a construção de bares, restaurantes, uma marina pública, campos de futebol e uma adequação ao Anfiteatro Por do sol. Tudo isso entre o Gasômetro e o arroio Cavalhada. A audiência pública foi marcada por protestos de algumas pessoas contrárias ao projeto. Questionavam a contratação do escritório de Lerner sem licitação, a transferência do estacionamento do Gasômetro para a praça do outro lado da avenida, a construção de bares na beira do Guaíba e o corte de árvores. Lerner chegou a se irritar em alguns momentos com as vaias e interrupções. Mas ao final, admitiu que poderá rever alguns pontos do projeto.
"Prometo com a maior humildade, ouvir as sugestões e procurar, dentro da nossa parte que é possível, entender todas as críticas que foram feitas", admite Lerner. Sobre a contratação do escritório de Jaime Lerner pelo chamado notório saber, o presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Estado, Thiago da Silva, sugeriu que essa seja a última vez que isso aconteça.
"Queria sensibilizar a administração pública do município e a Câmara de Porto Alegre para que as próximas contratações de obras importantes para a cidade sejam feitas via concurso público de projetos arquitetônicos", ressalta o arquiteto.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento e Assuntos Especiais, o projeto de revitalização da Orla do Guaíba está em fase de ajustes junto ao Tribunal de Contas do Estado. Sobre a contratação do escritório de Jaime Lerner sem licitação e sim pelo chamado notório saber, Edemar Tutikian disse que todo esse processo é acompanhado pelo Ministério Público e que essa é uma previsão legal.
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