Karoline Ávila
Os 11 tripulantes do navio Adamastos, atracado há seis meses próximo ao Porto de Rio Grande, decidiram deixar a embarcação e retornar aos países de origem. O desembarque, no entanto, depende das condições do clima. Nesta quarta-feira (21), o mar está revolto.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), a seguradora do Adamastos contratou uma empresa para a retirada dos tripulantes, o que só será feito com mar calmo. A repatriação já era um direito assegurado aos trabalhadores, através de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público. Mas o grupo resistia em sair da embarcação sem antes receber salários atrasados. As dívidas trabalhistas chegam a US$ 320 mil.
“Eles receberam recentemente a informação de que o grego, dono do navio, não pretende mesmo pagar os salários atrasados. Então, decidiram pela repatriação nesta terça-feira. Eles já estavam saturados. Alguns com problemas de saúde e outros com problemas psicológicos”, disse o auditor fiscal do MPT, Fábio Lacorte.
O navio, porém, não pode deixar o Brasil porque também acumula dívidas com tarifas portuárias e apresenta problemas estruturais. O Adamastos carrega 54 mil toneladas de soja. A carga, com sinais de deterioração, está avaliada em R$ 32 milhões.
A Marinha do Brasil ainda não sabe o que deve acontecer com o Adamastos a partir da saída da tripulação. A assessoria da Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul informou que reuniões estão sendo realizadas nesta quarta-feira para planejar o que será feito com o navio.