
O vereador Celso Jancke (PP) se pronunciou publicamente pela primeira vez sobre a sua prisão, no dia 25 de agosto. Ele foi detido em operação do Ministério Público, suspeito de extorquir funcionários, que eram obrigados a entregar parte dos salários a ele. Jancke foi solto dois dias depois e está sob licença médica.
Celso Jancke surpreendeu os colegas ao retornar antes do previsto. Ele leu o pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal de Canoas, na sessão da noite desta quinta-feira (11). O vereador classificou a prisão como "circo de horrores armado contra ele".
"Fui exposto, humilhado e fizeram com que a opinião pública olhasse somente o lado editado desta moeda. Nem o Ministério Público me acusou de nada ainda, e já estou julgado e condenado, não apenas por Canoas, mas por todo o Brasil", afirmou.
O vereador não mencionou a palavra "renúncia", nem explicou as suspeitas de extorsão. No entanto, disse que continuará com a "missão pública de legislador de Canoas".
"Não tenho o direito de me retirar dos holofotes. Eu sabia dos riscos quando assumi esta missão. Minha permanência será a garantia de que não tenho nada a esconder da Justiça, dos colegas e do povo", disse, no pronunciamento.
A licença médica de Celso Jancke termina na próxima segunda-feira (15). Por orientação do advogado, o vereador ainda não está se manifestando à imprensa.
A Câmara Municipal de Canoas já tem acordo firmado para a instalação de uma CPI que irá investigar as suspeitas de extorsão de funcionários. Também são investigados os vereadores Francisco da Mensagem (PSB) e Doutor Pompeo (PTB). A instalação da CPI depende do acesso ao conteúdo da denúncia do Ministério Público.